Um estudo de 2017 conduzido por uma equipe internacional de pesquisadores analisou as camadas externas do cérebro (córtex) de vários animais carnívoros, incluindo cães e gatos.
Os pesquisadores estudaram oito animais diferentes, observando o furão, o mangusto, o guaxinim, o gato doméstico, o cão doméstico, a hiena listrada, o leão e o urso pardo. O estudo foi feito na esperança de determinar se os animais que tradicionalmente caçam presas têm mais neurônios corticais, o que significa que têm mais poder cerebral. Atualmente, os cientistas acreditam que contar células específicas é um bom indicador para descobrir quanto poder de processamento um cérebro tem. Isso pode se traduzir em descobrir qual animal é mais inteligente.
Os gatos têm aproximadamente 250 milhões de neurônios, enquanto os cães têm mais que o dobro, com 530 milhões de neurônios, e acredita-se que o número absoluto de neurônios que um animal possui, especialmente no córtex cerebral, determina a riqueza de seu estado mental interno e sua capacidade de prever o que está prestes a acontecer em seu ambiente com base em experiências passadas. E então essas descobertas mostram que os cães são biologicamente mais capazes de fazer coisas mais complexas e flexíveis do que os gatos.
No entanto, a hipótese inicial que inspirou o estudo provou ser incorreta, e as descobertas mostram que não há muita diferença no poder cerebral entre herbívoros e carnívoros. De acordo com o estudo, a proporção de neurônios para o tamanho do cérebro na maioria dos carnívoros era quase equivalente aos herbívoros. As descobertas sugerem que as presas também precisam de considerável poder cerebral para superar seu predador que os caçadores precisam para capturar presas. Além disso, verificou-se que ursos marrons e gatos tinham o mesmo número de neurônios corticais.
Verificou-se também que os cães podem ter mais neurônios do que qualquer outro carnívoro. Claro, mais pesquisas são necessárias para dizer algo definitivo, já que também é importante saber o quanto dessas células corticais realmente são utilizadas e como são utilizadas por cada indivíduo.
Referência:
Dicke U, Roth G. Neuronal factors determining high intelligence. Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci. 2016 Jan 5;371(1685):20150180. doi: 10.1098/rstb.2015.0180. PMID: 26598734; PMCID: PMC4685590.
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